Geralmente eu pergunto às pessoas - “Você ouve o quê?”, como uma maneira de falarmos de um assunto que muita gente gosta de conversar: Música. Mas muitas vezes eu ouço como resposta (após um meneio de cabeça) - “Ah cara, eu gosto de tuuuuuudo! Assim, sou bem eclético”. Na mesma hora eu tenho vontade de perguntar - “Você ouve música mesmo ou você apenas não gosta do silêncio?”. É impossível gostar de tudo!!! Quer valer? Você gosta disso?
ou disso?
ou disso?
Tenho certeza que no mínimo de uma dessas opções você não gostou (exceto se você for o Vítor Rios, porquê ele é maluco). Obviamente eu fui à extremos, só que pra quem gosta de tudo, isso tá incluído. O que eu acredito que acontece é que as pessoas confundem a apreciação da música como atividade, com ouvir a música que está tocando no local servindo para caracterizar melhor o ambiente. Se você vai à um barzinho, um violão tocando é agradável. Se você vai à uma festa, tem que ter um som animado, o que a depender do nível alcoólico da galera, pode ser um partido alto ou um funk proibidão, sem duplo sentido, porque eles já estão indo direto ao ponto (foi-se a época de “Talco no salão, talco no salão”). Eu continuo dizendo que não tenho nada contra qualquer estilo, incluindo o funk proibidão, mas as pessoas que eu costumo me relacionar, em geral não curtem muito letras que contribuem para um comportamento lascivo indiscriminado, mas que eu não boto minha mão no fogo por nenhum deles cheio de Roska na cabeça (nem você, menina do Bombalanço ao qual o nome eu não cito pra lhe proteger). E é diferente quando você liga o som no seu quarto pra ouvir uma música e só pra isso! Creio que tem momento pra tudo, mas acho que o processo de “apreciar” música anda meio esquecido. É como ir a um museu. Você vai? E ao teatro? Lê livros?
Por experiência própria digo que a arte modifica. A música me modificou demais do dia em que toquei “Índios” do Legião Urbana (comigo não foi diferente...aprendi a tocar com Legião, Titãs, Engenheiros) até hoje quando componho minhas músicas e meu arranjos. Creio que a função do artista é desenvolver uma visão diferenciada do mundo e através da arte, manifestar o que está vendo. E a arte é uma linguagem infalível, pois ela permite ao ser humano que fala, demonstrar consciente e inconscientemente através das suas obras, o que ele está sentindo e permite à pessoa que recebe, entender consciente e inconscientemente também, aquilo que há pra ser sentido. Só que pra isso, é preciso saber o mínimo pra se comunicar em tal língua. Mas quem tem saco de ir num museu hoje? Por isso, muitas vezes a arte é chata!! Experimente passar horas e horas ao lado de russos conversando (se você não souber falar russo). Mas se você se predispor a conhecer a língua, não esperar sentado que os artistas falem somente o que você consegue digerir, tenho certeza que você vai experimentar um crescimento gigantesco e maravilhoso. Vá ao teatro, vá ao cinema, ouça música, vá à museus e tudo o que você achar que pode ser arte, porquê a arte não é só uma coisinha bonitinha que se pendura na parede ou se coloca pra soar ao fundo enquanto você requebra o esqueleto. Ela é a visão de pessoas que resolveram buscar ângulos diferentes da vida para que assim, quem sabe, a gente enxergue melhor as pessoas, o mundo, a vida ou o que quer que possa ser visto. Ela é o trabalho de um ser humano que insiste que você se volte para suas emoções, sentimentos, sensações e aprenda a lidar com eles. Aproveite isso!
Eu posso não ser o exemplo de cultura, de frequentador de museus, teatros, leio pouco. Mas fico feliz em pensar que isso tudo é novo pra mim, e que estou cada vez mais absorvendo cultura e arte. Pra quem não tem costume, como eu não tinha (ou não tenho ainda, sei lá!), não é fácil ler um livro por semana, ir ao teatro todo final de semana, ou algo assim, porquê não faz parte do seu costume, mas se você o fizer, experimentar, tenho certeza que vai ser uma experiência prazerosa e se você se permitir e aos poucos tornar isso hábito, muita coisa vai mudar dentro você. E eu aposto que pra melhor.
Se você gostou do blog, indique pros seus amigos. Aquele abraço
sábado, 12 de junho de 2010
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Música pra Dançar, pra Ouvir, Ouça Música
Me apresentar deve ser o mais adequado para um primeiro post. Me chamo Diogo Azevedo e se for pra ser completo tem mais um Lima no final, mas muita gente nem sabe que esse é meu verdadeiro nome. Meu apelido mais famoso é Dimazz e o mais recente, Diou. Sou compositor, erudito e popular (discutiremos isso de popular e erudito em breve), cantor, guitarrista, violonista, tecladista, violinista, oboísta, técnico de gravação e mixagem, ex-soldado do agulhas negras e mentiroso. Hoje, meu trabalho pode ser visto no Rio Vermelho (a banda, não o bairro – www.riovermelhonaweb.com) mas estou sempre compondo (logo, logo, Myspace pessoal).
Há aproximadamente 11 anos comecei a me envolver com música, a tocar violão e guitarra e me envolver com bandas. Logo em seguida, larguei os computadores pra estudar música na UFBA onde estou até hoje por ótimas razões (história loooooooooooooonga). Nesse tempo acostumei a lidar com vários tipos de músicos e apreciadores de música e sei que ainda tem infinitos tipos pra encontrar no meu caminho, mas existem alguns tipos que fazem aquelas perguntas ou vêm com aquelas afirmações que realmente me intrigavam e por vezes me desconcertavam. Coisas do tipo: “Você tem que ouvir fulano de tal....pra você que é músico é indispensável!!” ou “Você gosta DISSO?!! Eca, logo você que é músico!!” ou o mais interessante “Você conhece um cara chamado Kjzytfi Ohgküljk que toca um violão de duas cordas, afinadas microtonalmente e canta usando a técnica famosa do canto de garganta Inuit e só se apresenta em bares com 42 mesas no sul da Ucrânia? NÃO!!! Pô, mas você não tá estudando música?!!”. Durante um curto período eu comecei a achar que tinha algo errado comigo pois não tinha interesse em um monte de coisas que eram unanimidades no meio. Até perceber que muito dessas coisas, realmente são boas mas por um detalhe ou outro não estão no meu iPod ou no Pendrive que ouço no carro, ou então porque realmente não me dizem nada!!! E o interessante é que eu ouço muita música, o dia inteiro, em qualquer lugar, não importa por quanto tempo, e por isso, pra muita gente eu sou uma referência de “ouvinte de música” mesmo com gostos incomuns em alguns casos.
Nessa confusão, cheguei a algumas conclusões. Uma delas é de que um estilo musical ou um ícone da música não vão se ofender e chorar se você ou eu não gostarmos dele. Quer valer? Eu aqui declaro que DETESTO BOSSA NOVA!!!! Pronto, pegue seu CD do João Gilberto, aquele que você mais ouve e veja se alguma coisa mudou? Aposto que você ainda está curtindo muito as músicas do disco e eu continuo sendo o cara que descrevi acima. Portanto não me venham com unanimidades, ícones, o belo, o bom e mau gosto porque cada ser humano se relaciona individualmente com a música e não cabe a ninguém de fora julgar e por essa razão digo que isso tudo não me interessa, pois a música é algo muito maior que eu, que você e nem com nossas várias vidas conseguiríamos compreender as infinitas atribuições, valores e expectativas que cada ser humano dá a ela. Mas como devo pretender algo aqui, digo que pretendo analisar a música de forma a alcançar a compreensão de algo positivo para mim e para aquele que estiver lendo, e convido à todos para participar desse crescimento que pode ser cômico, profundo, errado, chocante, sei lá....e o que não pretendo é desrespeitar e desconsiderar o trabalho de quem quer que seja. Seja independente, amador, estilo popular, erudito contemporâneo ou barroco, ou até mesmo o João Gilberto, pai da Bossa Nova, que eu, embora tenha dito que não gosto e reafirmo, digo que existem músicas que se enquadram no estilo que me agradam sim e isso acontece pela liberdade que me dou ao ouvir qualquer som concatenado direta ou indiretamente por alguém sem fazer uso desses rótulos, que servem para divisão de prateleira de loja, mas que não servem de nada no momento que é só você e o som entrando pelos seus ouvidos. Sugiro que se libertem também...
Há aproximadamente 11 anos comecei a me envolver com música, a tocar violão e guitarra e me envolver com bandas. Logo em seguida, larguei os computadores pra estudar música na UFBA onde estou até hoje por ótimas razões (história loooooooooooooonga). Nesse tempo acostumei a lidar com vários tipos de músicos e apreciadores de música e sei que ainda tem infinitos tipos pra encontrar no meu caminho, mas existem alguns tipos que fazem aquelas perguntas ou vêm com aquelas afirmações que realmente me intrigavam e por vezes me desconcertavam. Coisas do tipo: “Você tem que ouvir fulano de tal....pra você que é músico é indispensável!!” ou “Você gosta DISSO?!! Eca, logo você que é músico!!” ou o mais interessante “Você conhece um cara chamado Kjzytfi Ohgküljk que toca um violão de duas cordas, afinadas microtonalmente e canta usando a técnica famosa do canto de garganta Inuit e só se apresenta em bares com 42 mesas no sul da Ucrânia? NÃO!!! Pô, mas você não tá estudando música?!!”. Durante um curto período eu comecei a achar que tinha algo errado comigo pois não tinha interesse em um monte de coisas que eram unanimidades no meio. Até perceber que muito dessas coisas, realmente são boas mas por um detalhe ou outro não estão no meu iPod ou no Pendrive que ouço no carro, ou então porque realmente não me dizem nada!!! E o interessante é que eu ouço muita música, o dia inteiro, em qualquer lugar, não importa por quanto tempo, e por isso, pra muita gente eu sou uma referência de “ouvinte de música” mesmo com gostos incomuns em alguns casos.
Nessa confusão, cheguei a algumas conclusões. Uma delas é de que um estilo musical ou um ícone da música não vão se ofender e chorar se você ou eu não gostarmos dele. Quer valer? Eu aqui declaro que DETESTO BOSSA NOVA!!!! Pronto, pegue seu CD do João Gilberto, aquele que você mais ouve e veja se alguma coisa mudou? Aposto que você ainda está curtindo muito as músicas do disco e eu continuo sendo o cara que descrevi acima. Portanto não me venham com unanimidades, ícones, o belo, o bom e mau gosto porque cada ser humano se relaciona individualmente com a música e não cabe a ninguém de fora julgar e por essa razão digo que isso tudo não me interessa, pois a música é algo muito maior que eu, que você e nem com nossas várias vidas conseguiríamos compreender as infinitas atribuições, valores e expectativas que cada ser humano dá a ela. Mas como devo pretender algo aqui, digo que pretendo analisar a música de forma a alcançar a compreensão de algo positivo para mim e para aquele que estiver lendo, e convido à todos para participar desse crescimento que pode ser cômico, profundo, errado, chocante, sei lá....e o que não pretendo é desrespeitar e desconsiderar o trabalho de quem quer que seja. Seja independente, amador, estilo popular, erudito contemporâneo ou barroco, ou até mesmo o João Gilberto, pai da Bossa Nova, que eu, embora tenha dito que não gosto e reafirmo, digo que existem músicas que se enquadram no estilo que me agradam sim e isso acontece pela liberdade que me dou ao ouvir qualquer som concatenado direta ou indiretamente por alguém sem fazer uso desses rótulos, que servem para divisão de prateleira de loja, mas que não servem de nada no momento que é só você e o som entrando pelos seus ouvidos. Sugiro que se libertem também...
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