sábado, 12 de junho de 2010

Você ouve o quê?

Geralmente eu pergunto às pessoas - “Você ouve o quê?”, como uma maneira de falarmos de um assunto que muita gente gosta de conversar: Música. Mas muitas vezes eu ouço como resposta (após um meneio de cabeça) - “Ah cara, eu gosto de tuuuuuudo! Assim, sou bem eclético”. Na mesma hora eu tenho vontade de perguntar - “Você ouve música mesmo ou você apenas não gosta do silêncio?”. É impossível gostar de tudo!!! Quer valer? Você gosta disso?



ou disso?



ou disso?



Tenho certeza que no mínimo de uma dessas opções você não gostou (exceto se você for o Vítor Rios, porquê ele é maluco). Obviamente eu fui à extremos, só que pra quem gosta de tudo, isso tá incluído. O que eu acredito que acontece é que as pessoas confundem a apreciação da música como atividade, com ouvir a música que está tocando no local servindo para caracterizar melhor o ambiente. Se você vai à um barzinho, um violão tocando é agradável. Se você vai à uma festa, tem que ter um som animado, o que a depender do nível alcoólico da galera, pode ser um partido alto ou um funk proibidão, sem duplo sentido, porque eles já estão indo direto ao ponto (foi-se a época de “Talco no salão, talco no salão”). Eu continuo dizendo que não tenho nada contra qualquer estilo, incluindo o funk proibidão, mas as pessoas que eu costumo me relacionar, em geral não curtem muito letras que contribuem para um comportamento lascivo indiscriminado, mas que eu não boto minha mão no fogo por nenhum deles cheio de Roska na cabeça (nem você, menina do Bombalanço ao qual o nome eu não cito pra lhe proteger). E é diferente quando você liga o som no seu quarto pra ouvir uma música e só pra isso! Creio que tem momento pra tudo, mas acho que o processo de “apreciar” música anda meio esquecido. É como ir a um museu. Você vai? E ao teatro? Lê livros?

Por experiência própria digo que a arte modifica. A música me modificou demais do dia em que toquei “Índios” do Legião Urbana (comigo não foi diferente...aprendi a tocar com Legião, Titãs, Engenheiros) até hoje quando componho minhas músicas e meu arranjos. Creio que a função do artista é desenvolver uma visão diferenciada do mundo e através da arte, manifestar o que está vendo. E a arte é uma linguagem infalível, pois ela permite ao ser humano que fala, demonstrar consciente e inconscientemente através das suas obras, o que ele está sentindo e permite à pessoa que recebe, entender consciente e inconscientemente também, aquilo que há pra ser sentido. Só que pra isso, é preciso saber o mínimo pra se comunicar em tal língua. Mas quem tem saco de ir num museu hoje? Por isso, muitas vezes a arte é chata!! Experimente passar horas e horas ao lado de russos conversando (se você não souber falar russo). Mas se você se predispor a conhecer a língua, não esperar sentado que os artistas falem somente o que você consegue digerir, tenho certeza que você vai experimentar um crescimento gigantesco e maravilhoso. Vá ao teatro, vá ao cinema, ouça música, vá à museus e tudo o que você achar que pode ser arte, porquê a arte não é só uma coisinha bonitinha que se pendura na parede ou se coloca pra soar ao fundo enquanto você requebra o esqueleto. Ela é a visão de pessoas que resolveram buscar ângulos diferentes da vida para que assim, quem sabe, a gente enxergue melhor as pessoas, o mundo, a vida ou o que quer que possa ser visto. Ela é o trabalho de um ser humano que insiste que você se volte para suas emoções, sentimentos, sensações e aprenda a lidar com eles. Aproveite isso!

Eu posso não ser o exemplo de cultura, de frequentador de museus, teatros, leio pouco. Mas fico feliz em pensar que isso tudo é novo pra mim, e que estou cada vez mais absorvendo cultura e arte. Pra quem não tem costume, como eu não tinha (ou não tenho ainda, sei lá!), não é fácil ler um livro por semana, ir ao teatro todo final de semana, ou algo assim, porquê não faz parte do seu costume, mas se você o fizer, experimentar, tenho certeza que vai ser uma experiência prazerosa e se você se permitir e aos poucos tornar isso hábito, muita coisa vai mudar dentro você. E eu aposto que pra melhor.



Se você gostou do blog, indique pros seus amigos. Aquele abraço

7 comentários:

  1. Muito bem-vindo este post, meu caro Dimas.É chegada a hora de começar a refletir sobre o que fazer com todo acesso que temos a informação em nosso tempo, em especial, as novas visões de mundo que o acesso à arte proporciona. De cá acompanhando o seu blog.
    Abraço!

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  2. Valeu meu caro Verdejah (que eu desconfio que seja Mirdad, ou estou errado?rsrsrs) Mas de qualquer forma, fico muito feliz com seu comentário

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  3. Dima, até hoje n tinha comentado, né? E eu disse que n ia te falar ao vivo pra n estragar meu comentário, n ficar repetitivo etc e tal. Mas, isto posto, vamos ao que interessa: acho que uma frase resume bem seu blog ao meu ver: ele é MUITO você. Escuto vc falando cada palavra escrita, do jeito que ela foi escrita. Impressionante pra quem te conhece, já que passa sinceridade e essencial pra quem quer cultivar um blog. Que assim seja, então! Espero mais posts. Beijos, Lari.

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  4. Não ouço de tudo, mas tudo que ouço tem um momento particular para existir.

    Tchaikovsky, por exemplo...né?!

    Adorei o post.

    Beijinhus..
    Nana
    ;)

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  5. Fantástico o texto Dimazz! Muito bem escrito e com um conteúdo que realmente nos faz refletir!!! É importante mesmo que existam indivíduos perseverantes em sustentar a arte, a possibilidade de um mundo mais sensível, mais belo!!
    Como diz Oswald Monetenegro "Que ninguém a tente complicá-la (a arte), porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer"!!

    Estou acompanhando o seu blog!!! Continue postando!!!!!!!

    Grande abraço,
    Renata Moreira.

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  6. Aeeeee, post novo!!

    Entrei no blog por acaso! Nem me avisou que havia postado, hein!?

    Curti bastante o post! Fiquei levemente chocada com o video da surra de bunda, não conhecia tal coisa!! hehehe

    Muito bom o texto!!
    Ahhh, me avise no próximo post, hein!?

    Bjoo

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  7. Admito que entrei aqui por acaso e que só passaria de leve para dar uma olhada. Mas gostei realmente dos temas e da maneira particular como você escreve. Foi mais forte que eu, precisava dizer a você, foi realmente muito bom ler seus textos...

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