domingo, 4 de julho de 2010

O que Acarajé tem a ver com Ópera?

Sou eu ou alguém mais aqui pensa que os atores da globo são fabricados? Não sou muito apreciador de novelas mas um dia acompanhei uma ou outra e sempre tive a impressão de que os personagens da globo são rasos. No entanto vi Thiago Lacerda interpretando Calígula no TCA. Em resumo, eu adorei. Me marcou mesmo essa peça por todos os ângulos: interpretação, palco, recursos de cena, história, e pude concluir que para interpretar o papel, Mr. Lacerda teve que estudar e demonstrar profundidade pra alcançar o que ele alcançou. E a mim, convenceu!! Como disse no meu post anterior, creio que é importante querer compreender a linguagem artística para usufruir do benefício da arte.

Bom...ao chegar lá, o comentário do mulheril febril é que o Thiago Poste Lacerda iria ficar nuzão no palco!!! Aí eu pensei: “Porra, é Calígula, o maior doidão pervertido da história!!! Compreensível...tudo pela arte!” Entrei já com aquele medo de que o cara tivesse sido eleito para o papel só porque ele é o bonitão da Globo, o último dos maridos da imortal Helena de Manoel Carlos. Mas eu sempre me dou a liberdade de duvidar de mim. Fiquei preocupado com o peso que o nome do ator principal tem, e que com isso a peça tivesse chegado ao salão principal do TCA. Começa a peça com um misto de coisa antiga com modernidade, com referências a Roma Antiga em algumas roupas, confrontando com jaquetas de couro com a marca da grife nas costas. O texto é quase todo falado numa linguagem rebuscada que exige muita atenção, pois era necessário em alguns casos lembrar das aulas de português pra entender, e aí, se demorasse, já era!!! Perdia o fio da meada. Enfim, meu primeiro contato com esse tipo de linguagem em peça. Me cansou um pouco sim, mas um cansaço que valeu a pena, pois consegui viajar em tudo o que a peça me ofereceu. Não me perguntem se o texto foi impecável, se o figurino foi adequado, se a interpretação foi boa pois eu fiquei como uma criança diante de algo fantástico que antes, ela só tinha ouvido falar, e por isso não creio ser a pessoa para uma crítica adequada aos quesitos técnicos do teatro, mas recomendo à todos que se permitam como eu me permiti, a entrar em novas atmosferas, mesmo sabendo que ali podem conter coisas que não fazem parte da sua realidade e que trazem elementos ainda indigestos pra você, como acarajé para um gringo.

Me lembro de minha primeira Ópera: A Flauta Mágica de Mozart no TCA. Eu e Leo em parceirada fomos lá como ACADÊMICOS de música da UFBA, pra poder curtir algo que era do “nosso mundo”. Que nada!!! Saímos de lá meio cansados da peça e se não houvesse legenda pra entender aquele bando de gringo, cada um de um canto do mundo, cantando em alemão (será que era alemão mermo?!! Imagina uma sul-coreana cantando aquilo? Imagina um carioca? Será que era alemão?), teríamos saído no meio da apresentação. Mas foi proveitoso demais pra gente, embora eu não estivesse tão aberto quanto estou hoje pra esse tipo de espetáculo. E a glória máxima foi ouvir a ária da Rainha da Noite (a tal da coreana) seguida de um comentário vindo da fila na frente dizendo: “Gente!! Ela tá imitando o Edson Cordeiro!!”. Ouve aí a ária e pensa em Mozart numa sessão espírita, prevendo o hit da Off Club do Edson Cordeiro e pensando: “isso é sucesso!!!”





Agora, Tosca de Puccini, eu corri!!! Sem legenda é complicado. Indigesto demais pra mim...quem sabe um dia. Gostei muito de me permitir uma experiência artística que ainda não tinha tido contato e que me foi difícil digerir na hora, mas me parece que são essas as experiências que nos marcam mais, pois embora não sejam estritamente belas, elas trazem algo além do que nos enche os olhos pra nos engrandecer de alguma forma. Cabe a quem aprecia, aproveitar da melhor maneira que lhe aprouver.

E pra finalizar esse post, pra mulherada febril eu vou falar da nudez do Grande Lacerda!! Como é grande aquele cara......grande demaaaaaaaaaaaaaaaais. Mas ele não ficou nu não....hehehehe. No máximo rolou uma mulher pagando peitinho no final mas que foi até bem sem-graça e não atrapalhou nem somou ao sucesso da peça, que foi excelente no final das contas.

2 comentários:

  1. Diogão só acho que esse papo de que às vezes acompanha novela é furado!!! pra mim tú é um baita de um noveleiro...rsrsrs!!!

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  2. quem me conhece sabe!! Eu até tento enganar mas vem Lolo me denunciar, hehehehe.

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