quinta-feira, 12 de agosto de 2010

CD ou não CD? Eis a questão...

Você lembra qual foi o último CD que você comprou? E qual o último álbum que você baixou? Hoje em dia é comum você encontrar pessoas sem resposta para essas duas perguntas. A primeira porquê faz muito tempo e a segunda porquê você não conferiu seu torrent ou emule para ver qual foi o último download completado. Me pergunto então como anda a sua relação com a música que você ouve? Será que ela de fato se tornou descartável? Hoje em dia se fala da velocidade da informação, o que eu não tenho nada contra, desde que você “retenha” algo da informação que passa por você, estou certo? Tá....de repente você andou ouvindo coisa que não lhe acresceu em nada, mas aqui vai minha reflexão que motivou esse post. Eu costumo ouvir música no iPod enquanto faço exercícios. Coloquei todos os álbuns do Pearl Jam, que por sinal tenho todos em CD, exceto o Pearl Jam de 2006, no iPod e coloquei no modo randômico. Toda música que tocava eu sabia o nome, o álbum e se duvidar qual o número da faixa que ela está, menos as músicas do tal CD que eu não tinha. E aí eu comecei a refletir sobre os downloads que fiz do Gogol Bordello. Eu tive que passar tempos pra decorar as músicas de cada disco e ainda não consegui. Então deixo a seguinte pergunta: a facilidade de acesso aos trabalhos musicais que a internet traz está enfraquecendo os laços entre ouvinte e música? Pergunto isso porquê mesmo ouvindo as músicas que menos me agradam no trabalho do Pearl Jam eu sei seus nomes, e por vezes tenho algumas lembranças ou reflexões específicas à essa canção. Músicas que eu não gostava tanto um dia, mas que, quando voltava a ouvir o tal CD, ela voltava com um outro significado, pulando de música que eu nem ouvia para música que eu colocava no repeat. Será que o CD, até mesmo o Vinil que tem voltado com alguma força, está condenado? Ou será que o formato álbum, com número de músicas entre 10 e 15, é que está condenado? E essa moda de EP? Não me perguntem pois eu não sei o que significa a sigla!! Será que teremos singles como na Inglaterra? Vejam o caso de uma banda baiana, a Maglore. Lançaram um EP chamado Cores do Vento em 2009 com 5 músicas. Trabalharam essas músicas e depois lançaram, já esse ano o single “Demodê” e recentemente o single “Pai Mundo” separadamente e tudo indica que um CD, estilo “álbum” sairá em breve com essas 7 músicas e mais umas poucas....será que se eles tivessem lançado tudo junto, eles conseguiriam marcar TODAS as músicas como tem marcado, na cabeça de todos que ouvem e curtem?



Pra mim pouco importa a mídia, se é CD ou vinil ou internet ou pen drive...eu sempre acho que a música muda com você. Costumo revisitar meus CDs sempre, e a cada vez que sopro a poeira de um deles, descubro uma música que me passou despercebida na época só porquê eu, de repente, não estava preparado para ouvi-la. O que me importa, enquanto músico, é saber sob qual formato eu deveria colocar minhas músicas, para ter um maior aproveitamento, já que todo mundo que baixa músicas sabe que existe 1 desses álbuns downloadeados ou 20 deles, que NUNCA chegaram a ser ouvidos e alguns que chegaram a ser ouvidos, uma ÚNICA vez mas que embora bons, não figuram entre os memoráveis...

Um comentário:

  1. Meu depoimento é o seguinte: eu voltei a comprar discos. Não consigo negar esta relação que é o berço da minha formação musical. Penso que em meio as tantas garrafas lançadas no mar virtual, o apreciador musical terá que desenvolver ainda mais a sua capacidade de seleção para encontrar os papiros premiados, que nada mais são que a satisfação das descobertas musicais. O conceito de Cânone entra em compasso de remodelação. Obrigado mais uma vez pelas reflexões. Abraço

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